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O cooperativismo de crédito cresce com desafios da transformação digital

O cooperativismo de crédito cresce com desafios da transformação digital
Robson Del Fiol
ago. 10 - 4 min de leitura
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O cooperativismo é a mais antiga maneira de transformar habilidades individuais em resultados coletivos, que não seriam atingidos apenas com esforço próprio. O cooperativismo ensina a dar valor à contribuição dos demais, a trabalhar em equipe, a ajudar quem necessita. Esses são fatores que irão dar combustível a qualquer carreira, em qualquer empresa, de qualquer ramo.
Max Gehringer

Você sabe qual segmento do mercado financeiro mais cresce no país? Já adianto que não são os bancos, nem as famosas fintechs. Pois é, são as cooperativas de crédito. Segundo o Banco Central, elas tiveram um aumento acumulado de 134,6% entre 2016 e 2020, e passaram a representar 5,1% das carteiras de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Mas nem tudo são flores. Para continuar crescendo nesse ritmo pelos próximos anos, esse grupo importante de empresas do mercado financeiro tem alguns desafios pela frente, muito parecidos com o de outras empresas da velha economia.

As cooperativas de crédito são instituições financeiras em que a pessoa cooperada é, ao mesmo tempo, cliente e associada da organização. Diferente de outros tipos de empresas, os lucros da cooperativa são destinados aos clientes/associados e aos projetos do orçamento anual.

Uma outra característica marcante do cooperativismo é a relação com os seus cooperados, ainda muito baseada no relacionamento interpessoal e presencial. Apesar das adaptações necessárias impostas pela pandemia da covid-19, os planos são de investir ainda mais nos canais digitais que possibilitem mais eficiência e capilaridade de produtos e serviços, algo já nativo dos bancos digitais. O caminho a ser trilhado é muito parecido com o que os grandes bancos tiveram de fazer para se adequar à nova realidade trazida pela disrupção digital e as #fintechs.

Talvez o maior desafio seja conquistar uma nova geração de cooperados acostumada a resolver tudo pelo celular. Para isso, as cooperativas de crédito terão de adotar novas práticas e tecnologias que possibilitem uma digitalização cada vez mais veloz e transparente para seus clientes, sem esquecer da qualidade nas experiências dos usuários. Assim como o sistema bancário nacional, elas também deverão definir como utilizar métodos ágeis para se adaptar às mudanças do ambiente de negócios.

Por fim, outro grande desafio é o Open Banking — iniciativa liderada pelo Banco Central que permite um maior compartilhamento de dados entre instituições financeiras, desde que seja consentido pelos usuários. Dessa forma, as cooperativas de crédito, bancos e fintechs podem aprender mais sobre os clientes e facilitar o lançamento de novos produtos e serviços. Isso pode ser a porta de entrada para que mais pessoas conheçam os benefícios oferecidos pelas cooperativas de crédito. Vale ressaltar que esse modelo de compartilhamento de informações por meio das APIs (sigla em inglês para Interface de Programação de Aplicações) está protegido pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) [Segurança de dados: um novo capítulo começa em poucos dias].

Para concluir, até o final de 2020, o Brasil tinha 847 cooperativas de crédito operando no país. Dessas, 222 eram independentes e 625 estavam filiadas a cooperativas centrais, como Sicredi e Sicoob. Apostar em uma mudança da cultura organizacional mais líquida, promover a inovação e a diversidade também são etapas que fazem parte da sobrevivência dessas cooperativas em um futuro de consumo cada vez mais digital.

Artigo publicado oficialmente no linkedin.


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