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Ecossistema de startups amadurece durante a pandemia

Ecossistema de startups amadurece durante a pandemia
Robson Del Fiol
jul. 27 - 4 min de leitura
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Não se preocupe com o fracasso; você só precisa fazer dar certo uma única vez.
Drew Houston, fundador e CEO do Dropbox

Quem acompanha o ecossistema de startups como eu, sabe que o mercado brasileiro deu um salto significativo nos últimos anos, principalmente com a eclosão das fintechs de meios de pagamento. Quem me conhece também sabe que além de entusiasta do assunto, eu já realizei investimentos anjo e liderei iniciativas como o programa de aceleração de startups Founder Institute em São Paulo. Por isso, sinto-me à vontade para falar da empolgação vivida pelo ecossistema de startups brasileiro que, desde o ano passado, vem protagonizando um grande número de IPO’s (oferta inicial de ações) na bolsa de valores B3 e também na bolsa norte-americana Nasdaq.

A explicação para tanto entusiasmo está na digitalização de negócios e de consumo imposta pela pandemia da covid-19, que impulsionou as empresas de base tecnológica e também as empresas de tecnologia. Esses eventos de liquidez em geral visam promover a saída dos seus investidores iniciais e gerar caixa para investir na sua expansão. Foi o caso da plataforma digital de profissionais autônomos GetNinjas, que levantou 555 milhões de reais e foi avaliada em 1 bilhão de reais. Também das startups de assinaturas de aplicativos e games Bemobi que movimentou 1,26 bilhão de reais, da de decoração Westwing que levantou 1,16 bilhão de reais, e da companhia de cashback Meliuz, que captou 662 milhões de reais.

Atualmente, 26 empresas aguardam a análise do pedido de IPO pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A grande expectativa também está em torno da Movile, dona do iFood, e Nubank, que tendem a abrir capital fora do Brasil, como fizeram a Vtex e a Zenvia que estrearam na norte-americana Nasdaq, em Nova York.

Tudo isso é, certamente, uma ótima notícia para quem investe nesse tipo de negócio de altíssimo risco, além de dar uma cara nova ao mercado de capitais local e global. Aliás, esse fenômeno não é exclusividade das techs brasileiras. Várias bolsas de valores ao redor do mundo estão testemunhando o mesmo cenário. Na Índia, por exemplo, a startup de entrega de refeições Zomato fez seu IPO e conseguiu captar 1,3 bilhão de dólares em dez minutos de abertura. A empresa passou a valer 8 bilhões de dólares de uma hora pra outra.  No Japão, a maior plataforma de crowdfunding Campfire, fundada por um monge budista, já anunciou que planeja abrir capital diante do crescimento durante a pandemia.

Esse movimento é tão forte que, recentemente, a G3 Ventures, fundo de investimento de risco (venture capital), anunciou uma parceria com a nova bolsa de valores do Brasil, a BVM12 (Bolsa de Valores do Maré), idealizada por empreendedores do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, para facilitar a abertura de capital de startups de menor porte no país, com o objetivo de atrair investidores pessoas físicas.

Segundo noticiado, as empresas investidas pelo fundo e que tenham impacto positivo terão acesso a listagens mais acessíveis na bolsa, considerada “sustentável”. A expectativa é fazer IPO com valores mais baixos destinados a companhias menores ou startups que buscam captar no mercado entre 5 milhões e 200 milhões de reais.

Não dá pra saber ainda se haverá uma diminuição desses IPO nos próximos anos, assim como também não dá para prever como vão se comportar as ações dessas novas S/A em que se transformaram essas startups. Independentemente da imprevisibilidade dos valores das ações, esse é um momento de ouro para empreendedores e empreendedoras que foram antifrágeis e souberam investir seu tempo e seus conhecimentos, e algo que eu sonhei ver acontecer e está acontecendo.

Artigo publicado originalmente no linkedin.

Photo by Robert Bye on Unsplash


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